General recusou demitir ajudante de ordens de Bolsonaro do comando de um batalhão e alvo de investigações do STF
Por Eduardo Gomes/Agências
Após permanecer 22 dias como comandante do Exército, o general Júlio Cesar de Arruda, foi demitido na tarde de hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele será substituído pelo atual comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. O general vinha colecionando desgastes perante o novo governo. A gota d’água, foi a recusa do general em exonerar o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, “coronel Cid” do comando do 1º. Batalhão de Ações e Comandos (BAC), unidade de elite de operações especiais, sediada em Goiânia. “Coronel Cid” foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro que o nomeou para comandar o 1º. BAC e é alvo de investigações pelo Supremo Tribunal Federal.
A exoneração ocorreu um dia depois da reunião do presidente Lula com os comandantes militares. Em entrevista ao Jornalista Igor Gadelha do site Metrópoles, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, assumiu a responsabilidade pela exoneração do General. Múcio esteve reunido com o presidente Lula por volta das 6 horas da manhã deste sábado, pouco antes de o Presidente embarcar para Boa Vista (Roraima) para ver grave crise sanitária entre os Yanomamis.
A decisão pela exoneração veio com a publicação de reportagem pelo site Metrópoles sobre o Caixa 2 de Bolsonaro, no qual “Coronel Cid” é investigado enquanto ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, do qual o militar privava de intimidade e atuava como uma espécie de “conselheiro” do ex-presidente, visto também como um bolsonarista radical.
Os sinais de descontentamento do Governo Lula para com o general Arruda começaram nos primeiros dias do novo Governo, por não tomar iniciativa de desmobilizar os acampamentos de extremistas montados desde o resultado das eleições em 30 de outubro.
O alerta vermelho do governo do PT acendeu na noite do dia 8 de janeiro. O general Arruda impediu a PM de cumprir prisão dos terroristas determinada pelo STF. Os extremistas se refugiaram no acampamento montado na frente do QG, após retornarem da Praça dos Três Poderes onde promoveram destruição e saques nos prédios do Supremo, Congresso Nacional e Palácio do Planalto, refugiando-se no acampamento dos golpistas no QG do Exército.
Foi no acampamento montado em frente ao QG do Exército, que foi fabricada a bomba instalada no caminhão-tanque carregado de querosene seria detonada na área do Aeroporto de Brasília na véspera do Natal, resultando na prisão de dois dos três terroristas bolsonaristas. Um terceiro ainda está foragido.