O trabalho de resgate do terremoto que arrasou o sul da Turquia e o noroeste da Síria na madrugada da última segunda-feira é visto como o mais devastador nas últimas duas décadas. Oficialmente a Turquia contabiliza até o início da noite deste sábado (11/02), 24.617 mortos, enquanto a vizinha Síria, os números são de 3.500 pessoas. Nas últimas 24 horas, equipes de resgate correm contra o tempo, o frio e a neve em uma busca frenética pelos sobreviventes 120 horas depois dos fortes abalos. Desde os dois terremotos, foram registrados mais e 1.500 abalos secundários.
Bastante criticado pela demora na resposta rápida do Governo em socorrer as vítimas, o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan, admitiu que o socorro não está indo tão rápido.
As 31 mil equipes de resgate estão atuando na região, oriunda de vários países, incluindo o Brasil.
As equipes promoveram uma série de resgates dramáticos, como o do recém-nascido Yagiz Ulas e sua mãe retirados dos escombros na cidade de Samandagi. O resgate do bebê foi efusivamente comemorado. Equipes médicas de emergência o receberam para os primeiros socorros embrulhando seu corpinho com uma manta térmica.
Em um outro resgate comovente, socorristas retiram dos escombros uma bebê. Em uma das mãos ela tinha um chumaço de cabelo da mãe morta.
PRISÃO DE EMPREITEIROS
O fato de milhares de prédios tenha desabado em face do terremoto, está levando a prisão de vários empreiteiros, acusados de não seguirem as novas normas de construção de prédios após um terremoto ter atingido a mesma região em 1999 deixando um saldo de 17 mil mortos.
Um desses empreiteiros Mehmet Yasar Coskun, foi preso no momento em que tentava fugir para o vizinho Montenegro, uma ex-república iugoslava. Outro empreiteiro responsável pela construção de um edifício em Adana, onde morreram 70 moradores, foi preso em Nicósia, capital do Chipre. Ele foi denunciado por tentar quase três milhões de dólares para o Chipre onde pretendia se estabelecer.
A União das Ordens de Advogados da Turquia apresentou queixa-crime para a identificação de todos os suspeitos, empreiteiros e funcionários públicos, responsáveis pela construção de prédios. A Procuradoria Geral da República da região de Adana, uma das cidades afetadas pela tragédia emitiu uma ordem de prisão contra 62 pessoas envolvidas em construções de prédios.