Sorotipo 3 do vírus volta a circular e preocupa autoridades. Seis estados estão em alerta diante dos casos detectados nos primeiros dias de janeiro
Brasília DF – Diante da explosão de casos de dengue, o Ministério de Saúde criou o Centro de Operações de Emergência para atuar contra a dengue. Em 2024, o Brasil teve 6,4 milhões casos de dengue e a morte de 6 mil pessoas, número recorde. Apenas na primeira semana de 2025, foram notificados mais de 10 mil registros. Dez óbitos estão em investigação. São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná estão em alerta.
Para reduzir casos e evitar mortes por dengue, zika e chikungunya, o governo instalou, nesta quinta-feira (9), o Centro de Operações de Emergência em Saúde. O COE é coordenado pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a preocupação é com as alterações do clima com o fenômeno El Nino e também do retorno do sorotipo 3 do vírus, que não circulava no país há 17 anos.
“Sabemos que tivemos um número recorde de casos em 2024, as razões, além da mudança climática, também se deve a circulação de novos sorotipos, mas o grande fator, de fato, foi o regime de chuvas e o aquecimento global. Nós já fizemos a pontuação dos seis estados onde se estima um aumento no número de casos e, naturalmente, onde a gente verifica essa tendência, haverá atenção redobrada”.
Ainda foi lançado um plano de contingência para reforçar estratégias de diagnóstico, prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses.
As ações incluem expansão do método Wolbachia, bactéria que impede o desenvolvimento do vírus, que passará de três para 40 cidades; implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas; e aumento da disseminação de larvicidas.
Nas últimas quatro semanas, quase 85% dos casos de dengue aconteceram em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina. Mas os números podem ser maiores, como conta a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
“2025, agora, se assemelha mais com 2023 do que 2024. Nós temos menos casos. A decisão da ministra de instituir o COE é de forma preventiva, porque, em geral, nesse final de ano nós temos um atraso no envio dos dados, nós temos equipes sendo modificadas… Então é possível que esses dados não reflitam exatamente o que está acontecendo no território. “
O governo do Acre anunciou que vai decretar emergência em saúde pública devido ao aumento de arboviroses. O Distrito Federal, por outro lado, registrou queda de 97% dos casos na primeira semana deste ano, com 197 ocorrências suspeitas e apenas 1% de confirmação.
Neste ano, o Ministério da Saúde vai investir R$ 1,5 bilhão no combate às arboviroses. Ainda serão distribuídas 9,5 milhões de vacinas contra a dengue.
