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Governo diz ter reduzido número de garimpos e de fome na Terra Yanomami

Governo afirma ter reduzido número de garimpos e de fome na Terra Yanomami
Um dos problemas mais graves detectados em 2023 foi o alto grau de desnutrição entre os índios Yanomami, vitimando principalmente as crianças

Após a crise humanitária em 2023, ações do governo e entidades completam 2 anos com redução de mortes por desnutrição

Dados do governo Federal indicam uma queda de 27% no número de mortes dos Yanomami e uma redução de 91% de garimpos ilegais no primeiro semestre de 2024 em comparação a 2023. Com um território com cerca de 10 milhões de habitantes abrangendo os estados de Roraima e Amazonas, a Terra Indígena Yanomami abriga 33 mil indígenas distribuídos em 376 comunidades. Em 2023 foi registrada uma das maiores, senão a maior crise humanitária envolvendo a etnia Yanomami. Os dados foram divulgados pelo programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil, exibido nesta segunda-feira (20/01).
Segundo os dados exibidos no programa, foram registradas quedas no número de mortes por desnutrição (-68%), infecções respiratórias (-53%) e malária (-35%).
Além disso, essas ações, segundo contabiliza o governo, provocaram uma queda de 95,76% na abertura de novos espaços de exploração ilegal. Os garimpos contaminam os rios, diminuem a oferta de recursos naturais para a população e, além de gerar um problema de saúde pública, se transformaram também em risco de segurança aos moradores das comunidades da região.

Polícia Federal abre
Desde a década de 80 que a Terra Indígena Yanomami é alvo do garimpo ilegal que deixa um rastro de destruição


Somente em 2024, foram mais de três mil operações de combate às ilegalidades, que envolveram atividades diuturnas de militares e civis. Diante da crise humanitária que se instalou na região, houve distribuição de mais de 114 mil cestas de alimentos e liberação de R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários. As ações conjuntas reduziram 68% dos óbitos por desnutrição no primeiro semestre de 2024 em comparação a 2023. No fim de 2023, o garimpo atingiu uma área de mais de 5 mil hectares, o que representou um crescimento de 7% em relação ao ano anterior.
Diante disso, em março do ano passado, o governo federal instalou a Casa de Governo para coordenar as ações de proteção aos yanomami. As operações envolvem profissionais de diferentes forças de segurança. Diante da constatação de atividades criminosas, ações passaram a ocorrer durante 24 horas.
“O pessoal vira madrugada fazendo patrulhamento também. Na realidade, para criar dificuldade para quem banca sentir no bolso. Fica tão caro o negócio que o cara diz: ‘ó, aqui não compensa eu trabalhar porque estou começando a perder dinheiro’”, explica o chefe da Casa de Governo, Nilton Tubino, em entrevista ao Caminhos da Reportagem
Ele explicou, por exemplo, que, ao identificar transporte de combustível de forma irregular, o suspeito é encaminhado para a delegacia. A cada operação, são encontradas ainda estruturas camufladas e espalhadas a serviço de atividades ilegais de garimpos, já que há maior preocupação com a fiscalização.
Também ao Caminhos da Reportagem, a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário, Gilmara Fernandes, avalia que as atividades criminosas contam com recursos financeiros e de logística que precisam ser enfrentados. “[Houve] avanços, mas com muitos desafios ainda”, disse.
O presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’Kwana, Junior Yanomami, afirmou que recebeu informações que está controlada a entrada dos invasores na comunidade. “Mas tem ainda pontos, não são muitos”.
Ele entende que a água está ficando mais limpa. Diante dos resultados, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também entende que o trabalho deve ser permanente porque as consequências das atividades de garimpeiros são drásticas para as pessoas:
“É preciso manter essa presença. Nós seguimos confiantes de que, até o final desse governo, a gente entrega esse território… eu não digo 100% restaurado, mas 100% livre desses invasores”.
Somente no ano passado, 159 pessoas foram presas, mais de 30 quilos de ouro apreendidos, 410 acampamentos desmontados e 50 pistas de pouso clandestinas destruídas. Hoje, voos em baixa altitude não passam despercebidos porque um radar foi instalado na terra indígena.
Outra medida, conforme o poder público, foi o aperfeiçoamento da vigilância nutricional de crianças menores de 5 anos, com a intensificação da busca ativa de pacientes e ampliação do acesso aos serviços
Além disso, com a ampliação do acesso ao diagnóstico houve aumento 73% no número de exames de malária no primeiro semestre de 2024. Assim houve mais registros de casos, que passaram de 14.450 para 18.310. Ao conhecer os casos, as equipes de saúde puderam aplicar tratamento e o número de mortes caiu 35%. (Com Informações da Agência Brasil)

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