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Dono do Facebook e outras plataformas de redes sociais anuncia o fim da checagem dos fatos

Marck Zuckerberg quer apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump para pressionar países contra a regulação das big techs
Dono do Facebook e outras plataformas de redes sociais anuncia o fim da checagem dos fatos
Mark Zuckerberg quer apoio de Donald Trump para pressionar países contra a regulação das big Techs

Marck Zuckerberg quer apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump para pressionar países contra a regulação das big techs

O dono da Meta, controladora do Facebook, Instagram, Whatsapp e Threads, Mark Zuckerberg, anunciou em um vídeo de cinco minutos divulgado em suas redes sociais nesta terça-feira (07/01), o fim de sua política de moderação em suas plataformas. Na prática, a Meta extingue a checagem independente de fatos em suas plataformas, presentes em 115 países com meio bilhão de usuários. A checagem de fake news é feita por agências credenciadas junto à Rede Internacional de Verificação de Fatos. Com a nova medida, a Meta vai adotar o programa de “notas da comunidade”, por meio de comentários de usuários. A decisão de Mark Zuckerberg pôe fim as restrições a conteúdos falsos, criminosos, ofensivos e discursos de ódio. A checagem de conteúdos foi adotada pela Meta em 2016.
O anúncio significa uma guinada para a direita do dono da Meta que enfrenta processos em vários países incluindo o Brasil, ao se aproximar do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem anunciando uma séria de medidas polêmicas, como a retomada do Canal do Panamá e a anexação do Canadá e Groelândia. Zuckerberg, que utilizar o futuro governo de Trump para pressionar países que tentam regular a atuação das Big Techs.
“Vamos trabalhar com o presidente Trump para pressionar os governos ao redor do mundo que estão perseguindo empresas americanas e pressionando para censurar mais”, afirmou o dono da Meta, Mark Zuckerberg. Segundo o empresário, “a única maneira de resistir a essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA”.
Além do fim da checagem dos fatos, a Meta anunciou o fim de restrições para assuntos como migração e gênero; e a promoção de “conteúdo cívico”, entendido como informações com teor político-ideológico.
No Brasil desde quando a Meta adotou o sistema de verificação de fatos, milhares de postagens foram removidas nas plataformas. Durante a pandemia da Covid-19, foram removidos segundo a empresa com sede nos EUA, mais de 1 milhão de postagens no Brasil por desinformação, desde o início da pandemia, em março de 2020. A plataforma avaliava esses conteúdos pelo potencial de risco à saúde.
Na campanha eleitoral de 2022 a Meta informou ter derrubado 600 mil conteúdos por violência e discurso de ódio.

Bruna Santos lamenta mudança na política da Meta


Para a especialista em direito digital consultada pela Agência Brasil, Bruna Santos, da Coalizão Direitos na Rede, a iniciativa é “lamentável” e mostra um alinhamento da gigante da tecnologia com o novo governo de extrema-direita dos EUA.
“Essa decisão da Meta cria uma falsa dicotomia entre a liberdade de expressão dos EUA versus o redor do mundo, inclusive quando cita as ‘cortes secretas’. Ele deixa claro que os EUA voltam a ser o centro único de poder, demonstrando muito bem como que vai ser o jogo de poder daqui para frente”, destacou Santos.
A especialista defende que medidas como checagem de fatos e moderação de conteúdos não existem para censurar, mas para criar um ambiente digital com informações mais confiáveis e que o oposto é um ambiente onde prevalece a desinformação.
O dono justificou a medida, diante da censura em suas redes sociais, mediante a iniciativa dos países, incluindo o Brasil, em regular o ambiente digital.
Zuckerberg argumentou que a Europa está “institucionalizando a censura”, que os países latino-americanos têm “tribunais secretos que podem ordenar que empresas retirem coisas discretamente” e que a China “censurou nossos aplicativos”. (Com informações da BBC, Agência Brasil e G1)

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