Posse foi marcada por simbolismo como o recebimento da faixa presidencial de uma mulher negra e catadora de recicláveis integrante de um grupo representando segmentos da população
Eleito em segundo turno em 30 de outubro com 60,3 milhões de votos, derrotando o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin foram empossados na tarde deste domingo, 1º. De janeiro de 2023 como 39º. Presidente da República do País. Milhares de eleitores vindos de várias partes do País ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Em um dos vários momentos marcantes, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto, acompanhado por um grupo de pessoas representando o povo brasileiro, como o cacique Raoni, um menino preto, uma cozinheira, um metalúrgico, um portador de necessidades especiais e da catadora Aline Souza, de quem recebeu a faixa presidencial.
A solenidade de posse começou no Congresso Nacional. Lula deixou o hotel onde está hospedado por volta das 13 horas. Ele seguiu até a Catedral de Brasília, onde embarcou no carro aberto, o Rolls Royce presidencial com sua esposa Janja da Silva, Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin, seguindo em direção ao Congresso Nacional, contrariando seu staff de segurança para fazer o trajeto em carro fechado por medida de segurança.
Lula e Alckmin foram recebidos no Congresso pelo presidente do Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que é também o presidente do Senado e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) ainda da rampa. A cerimônia oficial de posse, contou com as presenças da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber e do procurador-geral da República, Augusto Aras.
No ato de assinatura após o juramento, Lula protagonizou o primeiro momento de simbolismo ao assinar o termo de posse. Ao assinar o termo, o Presidente observou que estava assinando com uma caneta ganha por um eleitor em um comício no Piauí em 1989, quando disputou sua primeira campanha contra Fernando Collor de Mello.
“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.
Ao deixar o Congresso Lula seguiu para o Palácio do Planalto. Em uma cena histórica, o presidente subiu a rampa acompanhado por representantes de segmentos sociais, o estudante Francisco Filho, a catadora Aline Souza, metalúrgico Weslley Rocha, o professor Murilo Jesus, a cozinheira Jucimara Santos, o influencer anticapacitista Ivan Baron portador de paralisia cerebral, o artesão Flávio Pereira e o cacique Raoni e resistência, a cachorra de Janja, adotada ainda no período em que Lula esteve preso em Curitiba. A faixa presidencial passou de mãos em mãos até chegar em Aline Souza, que pôs a faixa pôs a faixa presidencial.
Após a faixa, o Presidente fez o seu primeiro discurso. Lula chorou ao falar da fome. “Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito”, disse.
O terceiro ato da posse após receber a faixa, o presidente Lula recebeu cumprimentos de delegações representativas e de 17 chefes de Estado, o maior número já registrado na posse de um presidente.