A medida é em resposta a ameaça feita pelo presidente Antônio Andrade em não colocar o bumbá na arena caso o Governo do Estado não liberasse mais recursos para concluir o boi de arena

O Governo do Estado deve decidir nas próximas horas estabelecer uma intervenção branca no Boi Bumbá Garantido para assegurar sua participação no 56º. Festival Folclórico, após a ameaça feita por ofício pelo presidente Antônio Andrade na manhã desta segunda-feira, alegando falta de recursos, para pagar trabalhadores e concluir o boi, apesar de a associação já ter recebido R$ 13,6 milhões para o boi de arena deste ano. O governo estaria disposto a liberar recursos com a condição que o dinheiro seja administrado por pessoas de confiança indicada pelo governo Wilson Lima e não pela atual diretoria do Garantido. Andrade passaria nesta reta final para o festiva à condição de “rei da Inglaterra, ou seja, reina, mas não governa.

Segundo informações obtidas há pouco pelo pavulagemam.com, dois nomes já estão cogitados para integrar uma espécie de “junta governativa” do Garantido.

A crise financeira do Garantido é de conhecimento do Governo do Estado por meio do secretário de Estado da Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz de Araújo, agravada com as ameaças feitas por Antônio Andrade através de ofício em não colocar o Garantido na arena nos dias 30 de junho e 1e2

Apolo determinou que o vereador e ex-presidente do Garantido, Telo Pinto se reunisse na manhã de hoje com a diretoria do Garantido e Artistas para levantar os problemas, sob a condição de apresentação de prestação de contas pela diretoria comandada por Antônio Andrade.

DESPERDÍCIO

A “intervenção branca” é mais um capítulo da turbulenta administração de Antônio Andrade iniciada no ano passado, após a derrota para o Boi Bumbá Caprichoso.

O www.pavulagemam.com apurou que neste ano a administração de Antônio Andrade cometeu vários equívocos, com gastos desnecessários comprometendo as finanças do bumbá.

Segundo uma fonte, o Boi gastou pouco mais R$ 3,5 milhões na aquisição de ferro, o dobro do que foi gasto no ano passado, cerca de R$ 1,1 milhão, quando o Boi renovou toda a ferragem para produção das alegorias; compra de seis centenas de roldanas inapropriadas para as alegorias; milhares de latas de tintas e outros materiais para o boi de arena. “Ele terceirizou a compra de materiais em São Paulo para uma pessoa ligada a uma escola de samba que não conhece o Boi. O que eu vi andando pelo Cidade do Garantido foi muito desperdício”, declarou.

A crise financeira no Garantido pode ser observada no último sábado a duas semanas do festival. O bumbá não realizou evento no seu curral na Cidade do Garantido, fato incomum na história da associação. Segundo informações nas redes sociais a falta do evento está ligada ao não pagamento dos músicos que integram a banda e a empresa responsável pela sonorização.

À tarde o Governo do Estado emitiu nota acerca das ameaças do presidente Antônio Andrade cujo teor na íntegra segue abaixo:”

Nota sobre a realização do 56º Festival Folclórico de Parintins

“O Governo do Amazonas considera inimaginável a não participação do Boi-Bumbá Garantido no 56º Festival Folclórico de Parintins, por supostos problemas financeiros da Associação Folclórica, conforme alegou a atual diretoria em carta encaminhada nesta segunda-feira (19/06) à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Dessa forma, o governo assegura que o festival acontecerá, nos dias 30 de junho e 01 e 02 de julho de 2023, como manda a tradição.

O Governo do Estado apoia, acredita e fortalece o festival em tudo que lhe cabe, tendo cumprido com todos os acordos firmados para a realização da festa em 2023. Além do repasse de R$ 10 milhões para os bois, sendo R$ 5 milhões para cada um, também trabalhou na captação de recursos junto a patrocinadores da iniciativa privada. Ao longo dos anos, o Estado também tem dado todo o apoio logístico, estrutural para que o espetáculo ocorra e espera que as Associações Folclóricas também cumpram sua parte, colocando os bois na arena e fazendo a festa acontecer.

O Festival Folclórico de Parintins é patrimônio cultural brasileiro e pertence ao povo do Amazonas. O Festival representa o fortalecimento da economia local, geração de emprego e renda para a população de Parintins, e o Governo do Amazonas não vai admitir que nenhuma intercorrência impeça a realização do Espetáculo do Povo da Floresta.”