El Salvador – O governo de El Salvador realizou na última sexta-feira (24) a transferência de 2.000 membros de gangues para a maior penitenciária das Américas, o Centro de Confinamento do Terrorismo, com capacidade de abrigar 40.000 presos, construída nos arredores da capital, San Salvador.
A construção do maior presídio e a repressão contra as gangues fazem parte de uma controversa medida de exceção adotada em março do ano passado pelo presidente, Nayib Bukele, para combater os altos índices de violência perpetrada pelas gangues. Ongs de direitos humanos e a imprensa internacional, criticam o governo do presidente salvadorenho de autoritarismo e constantes violações dos direitos humanos.
O próprio Presidente comunicou a transferência dos presos. “Hoje (ontem) de madrugada, em uma única operação, transferimos os primeiros 2.000 integrantes da quadrilha para o Centro de Repressão ao Terrorismo (CECOT)”, escreveu em suas redes sociais.
Os presos foram retirados das prisões sob o forte aparato policial e militar. Trajando apenas bermudas e descalços eles foram levados para o novo presídio, que possui celas com capacidade para 100 detentos. A prisão é considerada pelo governo de segurança máxima e os presos submetidos a uma rígida disciplina, sem direito a banho de sol, receber visitas íntimas. “Zero garotas, zero colchões, zero ligações, zero festas, zero luxos, possibilidades zero de prejuízo aos bons salvadorenhos”, afirmou um deputado ligado ao governo Nayib Bukele.
GANGUES
Desde a década de 90 que El Salvador estava sob um regime de violência. Das várias gangues duas sobressaem. A Mara Salvatrucha ou MS 13 e a sua riral Barrio 18.
A Mara Salvatrucha surgiu na década de 70 em Los Angeles, Califórnia (EUA), formada por imigrantes salvadorenhos que fugiram da guerra civil em seu País. Ela encontrou entre os jovens um terreno fértil para se expandir com a prática de tráficos de drogas e conhecida pela extrema violência, com mutilações de suas vítimas. Seus membros são identificados através de tatuagens com símbolos da própria gangue.
Em 1990, por força de uma nova lei de imigração, o governo americano promoveu uma deportação em massa. Muitos salvadorenhos foram devolvidos ao Pais de origem.
Em El Salvador A Mara Salvatrucha se instalou onde além do tráfico de drogas e extorsões impôs uma escalada de violência, tornando o País com uma das maiores taxas de homicídio no mundo. Além de El Salvador, as gangues salvadorenhas se espalharam na região, estando presentes em Honduras e Guatemala.
Antes da ascensão de Nayib Bukele, a gangues dominavam bairros inteiros, impedindo o acesso dos órgãos policiais. Em sua política de repressão a criminalidade, o Governo promoveu verdadeiras caçadas aos criminosos com utilização de forças policiais e militares em meio a um cerco de cidades. Milhares de suspeitos principalmente os que ostentavam tatuagens identificando-se com a gangues foram presos.
Estima-se que essas gangues reúnam um contingente de aproximadamente 100 mil membros. (Com informações de agências internacionais de notícias)
