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Em cerimônia chavista, Maduro assume terceiro mandato em uma eleição no qual se autoproclamou vencedor

Em cerimônia chavista, Maduro assume terceiro mandato em uma eleição no qual se autoproclamou vencedor
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega (D) participou da posse de Nicolás Maduro que se autoproclamou eleito e responsável pelo empobrecimento da Venezuela

Posse contou com a presença de apenas dos presidentes-ditadores da América Latina demonstrando o isolamento de Maduro

Sob suspeita de fraude na eleição presidencial em julho do ano passado, quando se autoproclamou vencedor, sem apresentar atas eleitorais, o autocrata chavista venezuelano Nicolás Maduro, tomou posse na manhã desta sexta-feira, (10/01), para o terceiro mandato de presidente da Venezuela por seis anos. A posse realizada na Assembleia Nacional, controlada por ele, foi antecedida por manifestações de opositores em várias cidades, detenção da líder da oposição Marina Corina e prisões de vários integrantes da oposição e jornalistas ontem, quinta-feira.
Dos poucos convidados, apenas as presenças dos ditadores da Nicarágua, Daniel Ortega e de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Os demais países que ainda mantém apoio a Maduro, como a Rússia e China, enviaram representantes. O governo Lula, cujas relações com o ditador venezuelano se distanciaram diante do descumprimento do acordo para a realização de eleições livres e suspeita de fraudes, se distanciou do ditador, enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
Maduro tomou posse em um ambiente político conturbado. O conselho Nacional eleitoral e a Suprema Corte da Venezuela, ambas controladas pelo ditador, proclamaram sua vitória na eleição realizada em julho, proibindo a divulgação das atas eleitorais confirmando a suposta vitória.
A oposição obteve cópias de 80% das atas eleitorais, no qual seu candidato, Edmundo González, atualmente exilado na Espanha, teria vencido as eleições com 67% dos votos dos venezuelanos.
No poder desde 2013, quando em um golpe assumiu o mandato após a morte de Hugo Chaves, ao não cumprir a constituição chavista, Nicolás Maduro mergulhou a Venezuela na maior crise econômica e social. Cerca de oito milhões de venezuelanos deixaram o País, no maior êxodo de refugiados já registrado na América Latina.

Líder da oposição Marina Corina foi detida após liderar manifestação


Segundo a Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), que organiza o atendimento a essa população de refugiados, estão em 17 países do continente, a maioria no país vizinho, Colômbia com 42% dos refugiados, Peru e Chile são os países que mais receberam venezuelanos. Muitos também se estabeleceram nos Estados Unidos e na Espanha, entre outros.
No plano interno, Nicolás Maduro implementou uma política de regime autoritário com a militarização do poder executivo. O sistema judiciário sofreu profundas reformas com integrantes simpáticos ao chavismo.
No plano político agiu contra os opositores, impedindo candidaturas de oposição nas três eleições. Um dos exemplos mais recentes foi o da atual líder de oposição, Marina Corina, de direita, impedida de se candidatar por 15 anos a partir de janeiro do ano passado.
Além da perseguição a opositores, o governo Maduro age contra a liberdade de expressão, exercendo um forte controle da imprensa, promovendo dezenas prisões de jornalistas e órgãos de comunicação.
Segundo o Instituto Venezuela de Imprensa e Sociedade (IPYS Venezuela) nos três dias que antecederam a posse do ditador, foram registradas 25 violações da liberdade de informação entre 7 e 10 de janeiro de 2025. Tanto que na solenidade de posse, os jornalistas tiveram suas credenciais canceladas. Somente fotógrafos e cinegrafistas foram autorizados a registrarem a posse. (Com informações da Mídia Independente da Venezuela).

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