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Com início de cessar-fogo, Hamas liberta primeiras reféns em Gaza

Com início de cessar-fogo, Hamas liberta primeiras reféns em Gaza
Romi Gonen, Emily Darnari e Doron Steinbrecher, recebem lembrancinhas de integrantes do Hamas pouco de serem entregues para a Cruz Vermelha Internacional

As três reféns israelenses receberam “lembrancinhas” do Hamas momentos antes de serem libertadas após 471 dias cativas

As três primeiras reféns israelenses Romi Gonen (24), Emily Darnari (28) e Doron Steinbrecher (34), foram libertadas na tarde deste domingo pelo Hamas, segundo ato do cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediado pelo Catar, Estados Unidos e Egito. Elas estavam há 471 dias em poder do grupo terrorista palestino, após serem sequestradas no dia 7 de outubro, quando centenas de insurgentes atacaram Israel, matando mais de 1.000 pessoas e sequestrando 241, entre homens, mulheres, crianças e bebês.

Momento em que as refèns deixam carro do Hamas cercadas por combatentes para embarcarem no carro da Cruz Vermelha


As três reféns foram libertadas às 13 horas (10 horas no horário de Brasília) elas foram levadas em uma pequena van. Um vídeo registrou a entrega das reféns para a Cruz Vermelha Internacional. Nele, chama a atenção de inúmeros combatentes do Al-Qassam, trajando uniformes da brigada, encapuzados e fortemente armados, acompanhados uma multidão. As pessoas que se reuniram para aplaudir os combatentes cantaram “Saudações às Brigadas Al-Qassam” – o braço armado do Hamas.
LEMBRANCINHAS
Em outro vídeo, quando embarcaram no veículo dos terroristas, as três reféns são filmadas recebendo lembranças entregues por integrantes do Hamas. Elas demonstravam boas condições de saúde e posaram para o vídeo.
Os policiais do Hamas, vestidos com uniformes azuis da polícia, se posicionaram em algumas áreas após meses tentando se manter fora de vista para evitar os ataques aéreos israelenses.
O acordo de cessar-fogo entrou em vigor após um atraso de quase três horas, interrompendo uma guerra que trouxe mudanças políticas ao Oriente Médio e dando esperança aos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, muitos dos quais foram deslocados várias vezes.
O Serviço de Emergência Civil Palestino disse que os ataques militares israelenses mataram pelo menos 13 pessoas em todo o enclave com o atraso. Nenhum outro ataque foi relatado após a entrada em vigor do cessar-fogo, às 11h15 (6h15 no horário de Brasília).
“Agora estamos esperando o dia em que voltaremos para nossa casa na Cidade de Gaza”, disse Aya. “Com ou sem danos, não importa, o pesadelo da morte e da fome acabou.”
AJUDA HUMANITÁRIA
As ruas da destruída Cidade de Gaza, no norte do território, já estavam ocupadas por grupos de pessoas agitando a bandeira palestina e filmando as cenas com seus celulares. Várias carroças carregadas com pertences domésticos percorriam uma rua repleta de escombros e detritos.
Ahmed Abu Ayham, 40 anos, morador da Cidade de Gaza e abrigado com sua família em Khan Younis, disse que a cena de destruição em sua cidade natal era “terrível”, acrescentando que, embora o cessar-fogo possa ter poupado vidas, não era hora para comemorações. “Estamos sofrendo, sofrendo muito, e é hora de nos abraçarmos e chorarmos”, disse Abu Ayham pelo mesmo aplicativo.
O tão aguardado acordo de cessar-fogo pode ajudar a colocar um fim na guerra de Gaza, que começou depois que o Hamas, que controla o pequeno território costeiro, atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, conforme as autoridades israelenses.
A resposta de Israel reduziu grande parte de Gaza a escombros e matou cerca de 47 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.
Caminhões transportando combustível e suprimentos de ajuda fizeram fila nas passagens de fronteira nas horas que antecederam a entrada em vigor do cessar-fogo. O Programa Mundial de Alimentos disse que eles começaram a atravessar na manhã de domingo.
O acordo exige que 600 caminhões de ajuda sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 que transportam combustível. Metade dos 600 caminhões de ajuda seria entregue no norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.
“A guerra acabou, mas a vida não será melhor por causa da destruição e das perdas que sofremos”, disse Aya. “Mas pelo menos não haverá mais derramamento de sangue de mulheres e crianças, eu espero.” (Com informações das agências Reuters e Lusa)

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